domingo, 30 de março de 2008

Ira, Ressentimento e Perdão.

Depois de observar e experimentar o comportamento de alguns irmãos em Cristo com relação ao tema, resolvi fazer um breve estudo sobre como a Bíblia recomenda que procedamos diante de situações de desentendimentos, discórdias e mágoas. Fiquei surpreendido com a repetição de palavras “duras” com que Jesus se referia à condição “sinequanon” em que um pecador receberia perdão de Deus à medida que perdoasse seus irmãos.

Exemplos:

“Orareis assim: (...) E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”; (Mateus 6.12) (...) “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas”. (Mateus 6.14-15)


Palavras semelhantes são encontradas em: Mateus 18.15-17, Mateus 18.32-35, Marcos 11.25-26, Lucas 6.37, João 20.23.
Porém, durante este estudo, não me baseei neste foco. Apeguei-me muito mais aos textos que falam sobre graça, misericórdia e a importância da comunhão entre os irmãos.

A ira é um sentimento de raiva ou revolta, que pode vir como resposta a um aborrecimento. A Bíblia fala que diversas vezes Jesus irou-se ou que até mesmo o próprio Deus pode irar-se, mas que essa ira não dura para sempre:

“Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira”. (Salmo 103,8e9).


A esse respeito, o apóstolo Paulo adverte em Efésios: “Irai-vos, e não pequeis; que não se deite o Sol sobre a vossa ira”. (Efésios 4.26). Essa advertência é para que o crente não venha a pecar ao deixar-se dominar com uma ira duradoura e amargurar-se com ressentimentos.
Na Carta Aos Hebreus, percebemos quais as conseqüências de uma ira duradoura que gera amargura. Temos perturbação, contaminação entre os irmãos, e afastamento da Graça Divina:

"Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos;" (Hebreus 12.15)

Ao invés de ser tomado pelo ressentimento duradouro, Jesus nos fala em reconciliação como um fator indispensável para a santificação, pois até o nosso cultuar a Deus estaria corrompido caso estivermos em falta com nosso irmão. Percebemos isso em Mateus:

“Se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. (Mateus 5.23-24)
Jesus sempre enfatizava a importância do perdão mútuo e o cuidado entre os crentes. Vejamos:
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“Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe". (Lucas 17.3)

“Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” (Parábola do servo impiedoso em Mateus 18.33)

Aqui o Apostolo Paulo ratifica a idéia de Cristo:

“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito”. (Colossenses 3.13-14)
Por fim, “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, (...). Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, (...). Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo”. (Efésios 4.30-32)


E que a Graça, Misericórdia e Paz do Senhor seja conosco!

(J.César)

2 comentários:

Marcelo Medeiros Teixeira disse...

É, Júlio, nós temos muito o que apreender das palavras do nosso Deus. Não devemos julgar ninguém, antes devemos saber que também somos passíveis de cometer erros. Sabemos o como é difícil ser entendido após um erro. O que se pode fazer é orar e ter fé na poderosa misericórdia do nosso Pai.

Julito disse...

Concordo com suas palavras, meu amigo marcelo, mas não entendi sua colocação "Não devemos julgar ninguém, antes devemos saber que também somos passíveis de cometer erros" o que voce está defendendo especificamente?

Eu sei de uma coisa: esse estudo que eu fiz pra mim mesmo beber dele, pois apesar de eu ter facilidade em perdoar um irmão, eu tenho grande dificuldade de esquecer ressentimentos mal resolvidos... e me angustiam bastante.(preciso aprender a confiar a Deus estas coisas)